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Estrutura Técnica do Ônibus: Mecânica 6 – Sistema de Eixos
Atualização: Página criada em: 23/04/2022 por César Mattos. Atualizada em 03/12/2023.
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Índice da página
6.00. Lista de fabricantes
Fabricantes: em desenvolvimento.
6.01. Eixo traseiro motriz
O eixo traseiro motriz é um conjunto que, efetuando uma redução constante das rotações do eixo cardan, transmite a potência do motor às rodas, permitindo compensar, nas curvas, a diferença de rotação entre uma roda e outro. As partes principais do eixo traseiro motriz são a coroa e o pinhão, os semieixos e o núcleo diferencial.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.02. Coroa e pinhão palóides
No caso de coroa o pinhão palóides, o contato entre os mesmos dá-se na altura do centro da coroa.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.03. Coroa e pinhão hipóides
No caso de coroa e pinhão hipóides, o contato entre os mesmos dá-se numa área abaixo da altura do centro da coroa. Este sistema permite o emprego de um pinhão de diâmetro maior, o que resulta em distribuição dos esforços sobre maior superfície da coroa.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.04. Eixo traseiro de dupla redução
Eixo traseiro com duas relações de desmultiplicação, das quais a segunda corresponde aproximadamente à metade da desmultiplicação da caixa de mudanças nas marchas inferiores, tendo por conseguinte a função de uma marcha intermediária. O comando pode ser pneumático ou eletromagnético.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.05. Eixo traseiro de dupla redução e de duas velocidades
Neste tipo de eixo existem duas reduções distintas. A primeira redução, também chamada de redução de entrada (constante), processa-se entre a coroa e o pinhão. A segunda redução é formada por dois pares de engrenagens helicoidais, sendo que a primeira engrenagem é denominada engrenagem motora e a segunda, engrenagem conduzida. As engrenagens motoras estão montadas no eixo da redução, sendo que entre as duas desliza uma manga de engrenamento (luva ranhurada deslizante) a qual, ao ser acionada, transmite a força motriz somente a um dos pares de engrenagens, enquanto que a outra gira livremente. O acionamento da manga de engrenamento (luva deslizante) das reduções é efetuado por meio de um mecanismo comandado por ar comprimido, podendo, todavia, ser também por vácuo ou elétrico. Com a ligação de um ou outro par de engrenagens, têm-se reduções em dobro, ou seja, duas reduções alternadas, consequentemente maior seletividade de velocidade. O diferencial está alojado entre as engrenagens conduzidas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.06. Eixo de viga portante com redução lateral
O eixo de viga portante, formado por uma peça forjada (perfil em duplo T), evita a transmissão de qualquer esforço de carga ou flexão aos órgãos propulsores. O conjunto propulsor, propriamente dito, é consideravelmente aliviado, graças à impulsão por pinhões retos nos cubos das rodas. O conjunto está equipado com uma bomba de óleo, que garante uma perfeita lubrificação ao sistema.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.07. Semieixos
Os semieixos, acoplados ao núcleo do diferencial e aos cubos das rodas, transmitem o movimento às rodas.
Os semieixos fazem parte da transmissão, também são chamados de semiárvores. Sendo responsáveis pela transmissão do torque entre o diferencial e as juntas homocinéticas. Para alguns modelos, os semieixos constituem um conjunto chamado de semiárvore de transmissão, que já possui as juntas homocinéticas acopladas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.08. Eixo tipo banjo
Em seu corpo, com forma de banjo, fundido em peça única, alojam-se o diferencial e os rolamentos dos semieixos. Sua caixa central chama-se cárter do diferencial.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.09. Eixo tipo split
De estrutura idêntica à do anterior, mas com o cárter dividido no sentido transversal.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.10. Eixos traseiros em tandem, trucado ou eixo duplo
Consideram-se eixos em tandem dois ou mais eixos que constituam um conjunto integral de suspensão, podendo qualquer deles ser ou não motriz. Espaçamento entre centros dos eixos de 1 a 2m.

Fonte: Mercedes-Benz.
Eixos traseiros em tandem com molas centralmente articuladas (tipo “boggie”): Conjunto de dois eixos, sendo um ou ambos motrizes, com suspensão constituída por dois feixes de molas, um de cada lado, articuladas, no chassi, em sua região central, possibilitando oscilação angular das rodas e, consequentemente, adequado contato com a via, mesmo em terrenos irregulares, e distribuição proporcional de carga sobre as rodas de ambos os eixos.

Fonte: Mercedes-Benz.
Eixos traseiros em tandem, com balancim: Conjunto de dois ou mais eixos, podendo qualquer deles ser motriz, com suspensão constituída, de um mesmo lado do chassi, por feixe de molas para cada eixo, interligados por barra oscilante (balancim), de forma a possibilitar que as rodas acompanhem as irregularidades da via e distribuam a carga adequadamente sobre todas as rodas.
Este sistema não oferece tão elevadas características de desempenho como o do tipo “boggie”, devido à sua maior limitação no movimento vertical das rodas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.11. Eixos traseiros não-tandem
Conjunto de dois ou mais eixos, podendo qualquer deles ser ou não motriz. Cada eixo é sustentado por um conjunto independente de suspensão, de forma que o peso transmitido à via se reparte em parcelas iguais por eixo. Espaçamento entre centros dos eixos superior a 2m.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.12. Eixo flutuante
Tipo de eixo traseiro em que o peso total da parte traseira do veículo é suportado unicamente pelas mangas do eixo, permitindo que os semieixos girem sem ter que suportar qualquer outro esforço a não ser o de impulsionar as rodas. A única função dos semieixos é impulsionar as rodas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.13. Eixo semiflutuante
Tipo de eixo traseiro em que o peso total da parte traseira do veículo é suportado pelos semieixos, nos quais as rodas se apoiam diretamente. A função dos semi-eixos é dupla: impulsionar as rodas e suportar o peso da carga.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.14. Eixo de punho
Tipo de eixo dianteiro com parte central (corpo do eixo) forjada, em cujos extremos em forma de punho se alojam os pinos das mangas de eixo. O alinhamento e o cáster não se modificam.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.15. Eixo de forquilha
Eixo dianteiro rígido, em cujos extremos aforquilhados se encontram montadas as rodas. Tanto o alinhamento como a orientação das rodas e a convergência não são afetados pela flexão das molas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.16. Relação de redução
A relação de redução é o fator que determina o torque e a rotação de saída em uma transmissão por engrenagens. O calculo da redução é feito da seguinte forma:

Para uma coroa de 40 dentes e um pinhão de 10 dentes, temos:
- Relação de redução = 40/10
- Relação de redução = 4
Na aplicação deste par coroa e pinhão, o torque vai ser multiplicado e a rotação reduzida 4 vezes.
- 4:1

Fonte: Mercedes-Benz.
6.17. Eixo Traseiro com Redução Lateral / Cubo redutor
A transmissão de força da árvore de transmissão para as rodas propulsoras, se realiza através do conjunto coroa/pinhão, diferencial, semi-árvore e engrenagem planetárias do conjunto planetário.
A engrenagem solar do conjunto planetário, assentado sobre a semi-árvore, aciona as engrenagens satélites alojadas na porta satélites, os quais giram na engrenagem anular, montada fixa na ponta do eixo. O porta satélites, unido ao cubo da roda pelo cubo campana, faz girar a roda.
Graças a dupla redução no conjunto coroa/pinhão e engrenagens do conjunto planetário. Isto significa que o (torque), surte todo o seu efeito diretamente nos cubos de roda. Deste modo, todos os elementos de transmissão estão submetidos a esforços consideravelmente menores.
Cálculo da redução:


Fonte: Mercedes-Benz.
6.18. Eixo Traseiro com Compensador
Este tipo de eixo traseiro tem aplicação específica em certos veículos que possuem dois eixos motrizes na traseira.
A força é transmitida da caixa de mudanças ao 1º eixo traseiro e, diretamente ao eixo posterior, por uma árvore de transmissão passante.
Ao sistema, está ligado um divisor de torque (compensador).
A função do divisor é compensar a diferença de rotações entre os dois eixos, provocadas pelas irregularidades do terreno e etc., diminuindo com isso maiores tensões nos elementos de transmissão (coroa, pinhão, caixa de satélites, semi-árvores) devido ao aperfeiçoamento das técnicas de construção de todo o conjunto do eixo.
O bloqueio do divisor de torque ao ser acionado, impede o efeito diferencial do compensador mantendo unidos fixamente o 1º e o 2º eixo.
O bloqueio do divisor de torque deve ser aplicado sempre que o veículo trafegar em terrenos inconsistentes (alagados) e desfeito tão logo cessem as condições adversas.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.19. Bloqueio de diferencial
Bloqueio do diferencial é usado para impedir que, em condições de pouca aderência como pisos com lama, uma das rodas do eixo gire em falso enquanto a outra fica parada. A tração é melhorada, pois evita o efeito de patinação nos casos de pistas escorregadias. Dupla redução proporciona um aumento de cerca de 40% na força das rodas, resultando em maior capacidade de subida de rampa em lugares íngremes.

Fonte: Mercedes-Benz.
6.20. Copo do cubo / Cubo de eixo
Nos tipos de cubos que são montados sobre rolamentos, há uma sede onde uma tampa metálica é colocada sob pressão, cobrindo a “ponta” do eixo. Essa tampa é também conhecida como “calotinha”, cuja finalidade é impedir a saída da graxa que lubrifica os rolamentos, e proteger os componentes do cubo contra a infiltração de impurezas e eventuais choques.

Fonte: Iveco Bus.

Fonte: César Mattos.

Fonte: César Mattos.
6.21. Sistema de tração
A classificação da tração se dá pelos pontos de apoio ao chão (rodados). Independe da quantidade de rodas e pneus, devido a existência de rodados simples e duplos. Os sistemas de tração são divididos em:
4×2: [lê-se quatro por dois] com 4 rodados e 2 deles de tração.

Fonte: criado por César Mattos (2023).
4×4: [lê-se quatro por quatro] com 4 rodados e 4 deles de tração. Com aplicação em alguns ônibus e micro-ônibus do programa Caminho da Escola e fretamentos de mineradoras. Utilização em terreno acidentado.
6×2: [lê-se seis por dois] com 6 rodados e 2 deles de tração. A disposição de pneus e rodados simples e duplos não influenciam na definição de 6×2. Nos chassis de ônibus utilizarem-se 2 tipos de 6×2, com eixo auxiliar na frente do eixo de tração e atrás. O eixo auxiliar com rodados simples pode ou não ser direcional, algumas fabricantes utilizam um asterisco para diferenciar o eixo direcional: 6×2*.

Fonte: criado por César Mattos (2023).

Fonte: criado por César Mattos (2023).
6x2i: [lê-se seis por dois invertido] com 6 rodados e 2 deles de tração. No 6x2i, o “i” é de invertido, onde o euxo auxiliar é direcional e fica junto do eixo dianteiro e não do traseiro.

Fonte: criado por César Mattos (2023).
6×4: [lê-se seis por quatro] com 6 rodados e 4 deles de tração. Não tem aplicação em ônibus no Brasil.
8×2: [lê-se oito por dois] com 8 rodados e 2 deles de tração. A disposição de pneus e rodados simples e duplos não influenciam na definição de 8×2. Nos chassis de ônibus utilizarem-se 2 tipos de 8×2, com eixo auxiliar na frente do eixo de tração e atrás. O eixo auxiliar com rodados simples pode ou não ser direcional, algumas fabricantes utilizam um asterisco para diferenciar o eixo direcional: 8×2*. No início da aparição desse tipo de chassis no marcado foi por meio de adaptações, não existia saída pela linha de produção convencional.

Fonte: criado por César Mattos (2023).

Fonte: criado por César Mattos (2023).
8×4: [lê-se oito por quatro] com 8 rodados e 4 deles de tração. Não tem aplicação em ônibus no Brasil.
Articulados: com 6 pontos de apoio e 2 deles de tração. Também chamado de 6×2/2 ou 4×2+2.

Fonte: criado por César Mattos (2023).
Superarticulados: com 8 pontos de apoio e 2 deles de tração. Também chamado de 8×2/2 ou 4×2+2+2.

Fonte: criado por César Mattos (2023).
Biarticulados: com 8 pontos de apoio e 2 deles de tração. Também chamado de 8×2/2 ou 4×2+2+2.

Fonte: criado por César Mattos (2023).
6.22. No Spin
É um sistema que mantém o bloqueio automático das rodas traseiras, sendo desbloqueado quando há diferenciação de velocidade entre as mesmas. O No Spin maximiza a tração do veículo, fornecendo 100% de torque e potência em ambas as rodas. Este dispositivo permite a condução do veículo, mesmo que uma das rodas fique suspensa durante alguma manobra.
Referências: (Iveco, 2023).