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Estrutura Técnica do Ônibus: Mecânica 9 – Quadro do Chassi
Atualização: Página criada em: 23/04/2022 por César Mattos. Atualizada em 26/11/2023.
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O chassi é uma armação metálica na qual se fixam e se relacionam os elementos do veículo. É formado por longarinas que se ligam entre si por travessas. O chassi mais usado é o chassi tipo escada. Para a construção de ônibus e automóveis, usa-se muito a plataforma portante. O que se exige de ambos, em função da durabilidade e da estabilidade, é, especialmente: máxima rigidez possível, grande capacidade torcional e grande resistência à flexão.

Os veículos (chassi-plataforma/carroceria ou monobloco) são projetados para que durem no mínimo 10 anos de uso ou 1.000.000 de km rodados. Eles devem suportar vários fatores de interferência de operação, tais como suportar obstáculos das vias, curvas, aclives/declives acentuados, etc., suportar o próprio peso estrutural e cargas adicionais conforme seus opcionais.
Índice da página
9.01. Carroçaria / Carroceria
Estrutura montada sobre o chassi, na qual são transportados o motorista e os passageiros. Tem formas variadas, de acordo com a finalidade do veículo, como automóvel, caminhão, ônibus, carros-tanque, carros frigoríficos, ambulâncias, utilitários e assim por diante.

Fonte: Artur Backes.
9.02. Chassi do tipo escada
Geralmente usado na construção de caminhões, é constituído por duas longarinas unidas entre si por certo número de travessas. A união é feita por rebites (ou também por solda, ou por rebites e solda). Dispõe de grande capacidade torcional e de grande resistência à flexão. Quando usado na construção de ônibus, a carroçaria deste é fabricada à parte e montada sobre o chassi.

Fonte: Mercedes-Benz.
9.03. Plataforma portante
Muito usada na construção de ônibus, a armação metálica (longarinas e travessas) da plataforma portante, formada por tubos e chapas de aço soldados entre si, além de ser dotada de todas as características exigidas para a estrutura interior de um veículo em função da durabilidade e da estabilidade (rigidez, capacidade torcional e resistência a flexão), distingue-se por seu reduzido peso. A estrutura da carroçaria do chassi (como no caso de ônibus com chassi tipo escada), mas forma com a plataforma portante um conjunto integrado (monobloco), uma unidade auto-portante, com partes unidas entre si por solda elétrica.

Fonte: Mercedes-Benz.
9.04. Monobloco
Conjunto de estruturas formados pela carroceria unida à um chassi formado por um quadro treliçado, com longarinas e travessas em tubos retangulares, unidas entre si por solda elétrica. Ao contrário do que se pensa popularmente, o monobloco não é feito de uma estrutura só. É como o sistema chassi-carroceria, só que ao invés de ser parafusado ou rebitado, ele é soldado – por isso chamado de estrutura autoportante.

Fonte: Mercedes-Benz.

Fonte: Mercedes-Benz.
9.05. Sistema de articulação
Sistema de articulação deve ser montado sobre a base do veículo, permitindo ângulos de 45° na horizontal e 7° na vertical entre o vagão principal e o reboque. Necessita alarmes óticos e sonoros para caso excedam os ângulos máximos.
O sistema de articulação tem todas as peças móveis lubrificadas internamente por circulação de óleo. O sistema de articulação vem abastecido com óleo de fábrica e não necessita ser substituído ao longo de toda a vida útil do sistema de articulação.
Para manutenção, observar os seguintes pontos:
- Substituição das buchas quando estiver tendo contato de ferro com ferro;
- Ajuste do sensor;
- Fazer a inspeção para detectar vazamento de óleo a cada 6 meses. Medir a pressão de óleo do cilindro somente quando for necessária (não há como regular a pressão e nem como repor o óleo em caso de vazamento);

Fonte: Mercedes-Benz.

Fonte: Hubner.
9.06. Material empregado (ABNT NBR 6656/2016)
A norma ABNT NBR 6656 estabelece requisitos para encomenda, fabricação e fornecimento de bobinas e chapas de aço laminadas a quente de 2,00 mm até 16,00 mm de espessura, de aço-carbono e aço de baixa liga, para aplicações em peças de conformabilidade crítica, nas quais requisitos especiais de propriedades mecânicas e de soldabilidade são fundamentais, como longarinas, travessas e suportes.
As bobinas e chapas produzidas mais comuns em longarinas de chassis de ônibus são fornecidas nos seguintes graus: LNE380 (antigo LNE38), LNE420 e LNE500 (antigo LNE50).
Abaixo as tabela de normas equivalentes:
NBR em 1992 | NBR em 2016 | Alemanha (SEW092) | Itália (UNI 8890) |
---|---|---|---|
LNE38 | LNE380 | QSt E 380 TM | – |
– | LNE420 | QSt E 420 TM | Fe 420 TM |
LNE50 | LNE500 | QSt E 500 TM | – |
Abaixo as tabela de propriedades mecânicas (valores em MPa):
Limite de escoamento | Limite de resistência | |
---|---|---|
LNE380 | 380 a 530 | 460 a 600 |
LNE420 | 420 a 540 | 520 a 650 |
LNE500 | 500 a 620 | 560 a 700 |
Abaixo as tabelas de composição química (máximo, em %):
C | Mn | Si | P | S | Al | Nb | V | Ti | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
LNE380 | 0,12 | 1,20 | 0,35 | 0,025 | 0,015 | 0,015 | 0,12 | 0,12 | 0,20 |
LNE420 | 0,12 | 1,60 | 0,35 | 0,025 | 0,015 | 0,015 | 0,09 | 0,12 | 0,15 |
LNE500 | 0,12 | 1,70 | 0,35 | 0,025 | 0,015 | 0,015 | 0,12 | 0,12 | 0,20 |
Obs.: O somatório dos teores de Nb, Ti e V deve ser no mínimo de 0,010 e no máximo de 0,22.
Para outras propriedades, consultar as NBR:
Ensaio de tração | ABNT NBR 6673 |
Ensaio de dobramento | ABNT NBR ISO 7438 |
Ensaio de resistência ao impacto | ABNT NBR ISO 148-1 |
Condição de aceitação e rejeição | ABNT NBR 11888 ABNT NBR 11889 |